Estas Tonne
Graz, Styria, Austria | Established. Jan 01, 2002 | SELF
Music
Press
A arte em sua expressão universal surge de um “oceano de grandes possibilidades”. É o que diz Estas Tonne, em uma entrevista inédita para os brasileiros. Em tempos em que a tecnologia e a ciência avançam rapidamente, o artista desde 2002, está envolvido com vários tipos de improvisações no teatro, musicais, cinema e circo, e busca inspiração no “som do silêncio” que, para muitos, tem o efeito de uma experiência transcendental.
Publicado no dia 11 de fevereiro na Physical Review Letters, o artigo Observation of Gravitational Waves from a Binary Black Hole Merger, foi recebido com forte impacto pela comunidade científica e órgãos de comunicação em todo o mundo. Isso porque o documento confirma a existência de ondas gravitacionais previstas há mais de cem anos por Albert Einstein com a Lei Geral da Relatividade.
A recente descoberta abriu novas possibilidades para a ciência comprovando a existência do Som do Universo que teria sido produzido por ondas gravitacionais atribuídas a eventos cósmicos de grandes magnitudes, como a explosão de uma supernova ou mesmo o choque entre dois buracos-negros. Embora o maior desafio dos cientistas continue sendo desvendar os segredos da energia escura, a pesquisa acende ainda mais teorias como o deslocamento do espaço e tempo entre dimensões opostas.
O que se sabe até agora, é que a energia escura está acelerando a expansão do universo e que a totalidade das coisas, quando em seu estado harmônico, representa a energia do cosmos. Neste sentido, dentre as forças da natureza, a gravitacional é, sem dúvida, a mais intrigante. Os elementos invisíveis que estão presentes no universo podem alcançar vibrações de tal modo que agora os cientistas conseguem estudá-lo de um novo jeito.
Se os avanços astrofísicos da mecânica quântica que buscam desvendar a Teoria de Tudo ou mesmo ideias até então encaradas como ficção sobre viagem no tempo vão acontecer, isso não se sabe. Se num futuro não tão distante assim poderemos viajar pelo espaço por meio de vibrações eletromagnéticas, menos ainda.
O que se pode afirmar é que entre nós há aqueles responsáveis por, no mínimo, dar uma pista do que seria viajar pelo espaço e tempo através da experiência sonora reproduzida pela pura e simples manifestação artística.
Em uma entrevista inédita para o Brasil, o músico Estas Tonne revela com exclusividade como é o seu processo criativo para ajudar as pessoas em desenvolver um sentido crítico, analítico e relativamente atento ao ambiente sônico que nos rodeia. A partir do conceito da ecologia acústica ou paisagem sonora, sua particular abordagem de criar música engloba ao mesmo tempo, tanto a fundação, quanto a liberdade do Soundscape, permitindo que durante a composição, a variação e tema musical se apresentem de forma variada, em vez de repetição durante a melodia.
JC – Quais foram os países que você tocou ou simplesmente encontrou inspiração e motivação para a arte? Você já visitou o nosso país ou algum outro da América Latina?
ET – Obrigado por perguntar, mas seria bastante complexo lembrar de todas as terras visitadas que chamamos de “países”. E não é sobre isso. O mistério de uma alma humana e a vastidão da mesma, vai muito além da compreensão que cada indivíduo tem com informação de todos os tipos de fontes e que “depois” é expressado através deste ou daquela filtro individual. Para simplificar esta resposta: eu vejo a vida como uma arte e arte como a vida em que cada um de nós consegue expressar este mistério da alma em cada momento que nos é concebido. Viajei profundamente no México e brevemente no Peru, mas a Terra chamada Brasil tem um lugar muito especial no meu coração, embora nessa jornada de vida ainda não me levou até as suas margens. Mas todos os anos eu me vejo pensando: “Logo, estará no meu caminho” o que me permite ter esperança que isso vai acontecer eventualmente… Todas as coisas na vida surgem no momento certo.
JC – Em sua música, podemos sentir a influência do flamenco com a melodia cigana e uma variedade de outros sons de estilos característicos. A que você atribui toda essa facilidade de tocar e compor novas grandes obras?
ET – Eu não componho música, eu toco… ou melhor dizendo “eu vivo”. E de tempos em tempos quando a mudança acontece, eu mudo como tudo se modifica. Certamente há um elemento “cigano” em minha auto-expressão. E o que mais poderia ser quando um homem vive na estrada? Mas a medida que estou envolvido, os elementos que estão inseridos na expressão, uma alma que não tem referência, mas consciência própria.
JC – Além da música, você está envolvido com algum trabalho no cinema ou teatro? Como essa experiência tem sido para você? Você poderia comentar um pouco do seu trabalho ou até mesmo projetos nessas áreas?
ET – A minha ideia original ou melhor “um chamado” começou a partir de uma filmagem. Durante esse período de vida que eu não tinha dinheiro para pagar o curso de cinema, nunca deixei de ter uma ideia focada em particular de o que exatamente eu queria fazer. Quando estive escrevendo e atuando sobre alguns aspectos, eu gostei tremendamente e ainda continuo escrevendo alguns pensamentos, capturando as cenas, diálogos, monólogos e também mantendo um diário com a intenção de fazer um filme um dia ou apenas escrever um livro. Ter conhecido o fotógrafo e cineasta Geri Dagys, da Lituânia, trouxe belas ideias de filmagem que estão em um processo de “cozimento”. E quando a guitarra voltou para a minha vida depois de ficar 10 anos sem tocá-la, procurei focar totalmente nessa expressão. Embora eu goste de bons filmes, é impossível para eu atuar por um script… Isso é o que eu já tinha explorado na música. Assim que eu tentei construir qualquer performance, perdeu-se “sua majestade” tornando-se uma experiência muito estressante. A confiança é essencial em todas as formas de arte, especialmente quando estamos co-criando com os outros. Como sabemos, um grupo de pessoas, quando trabalha em uma determinada criação tem que coordenar os seus talentos, prazos e tudo o mais. Chamo isso de “estrutura”. Mesmo essa estrutura que pode ser a música, cinema, TV ou qualquer outra apresentação, quando é “aprendida” e entregue, não se tem tanta verdade nela. Poderia ser grande, poderia ser realmente um desempenho magistral entregue, e, no entanto… é apenas uma construção… não é realmente minha praia… Na Índia, há alguns anos, um grupo de artistas internacionais reuni-se com uma ideia de um musical, que foi chamado de “The Colours of White”. Fizemos a criação de um script (a estrutura) e cada um de nós trouxe sua melhor forma de arte para essa sopa criativa, um improviso: poesia, design, dança, malabarismo, performances de fogo e música como trilha sonora constante, como um conto de fadas com colagem de poemas das peças. Eu fiz incontáveis performances onde a estrutura se encontra com a Graça desconhecida e suas duas qualidades que são necessárias: uma estrutura e uma improvisação. Quando a genialidade consegue expressar o Grande Mistério por meio de um ser humano, isso traz vida para dentro de si.. e é verdade…
Quando questionado sobre sua origem, em um primeiro momento Estas Tonne diz apenas que nasceu durante a primavera quando aterrissou na URSS, e que atualmente é um território chamado Ucrânia, embora nunca tenha vivido lá. “De um ponto de vista de nacionalidade, tenho algumas, embora, de fato nenhuma. Como definições apenas criam separação, escolho não participar dessas discussões. Estamos todos neste planeta, neste exato momento e então vamos encarar isso como uma experiência terráquea que na verdade é extraterrestre… porque quem sabe quais são as galáxias de onde vieram nossas almas?”
Esta entrevista também foi publicada nos sites Temporada de Inverno, Vale Publicar,Vale Shimbun e Vale Jornal. - Jornalisimo Colaborativo | http://jornalismocolaborativo.com/uma-entrevista-exclusiva-com-estas-tonne/
İrfan Çinar: Firstly classical three questions:
What’s your favorite music genre?
Estas Tonne: Silence
İrfan Çinar: Can you name three songs from favorite or another music genre for some lovely people who is reading us?
Estas Tonne: I would say triple silence, yet it doesn’t make much sense there are countless musical “drops” which are coming from the Great Ocean of Possibilities and each has its own beauty…
İÇ: Tell me about yourself, who is Estas Tone? How do you spend your spare time? What do you do in a typical day of your life?
ET: Estas Tonne is a holographic image, one of the billions of pieces, which we perceive and identify as an individual that has a story. Yet in this 3D world this individual has a so-called experience we call “a day”. Speaking in a “human language” I don’t have a spare time. I’m time and I’m not. And what “I” does with it depends on the moment and a mood of this moment. Life is an improvisation. And “the typical” could be only a program, which we “relive” everyday. What we do with such information is up to an individual…
İÇ: Guitar is a dangerous instrument, guitarists can look alike “something” even they not aware. You are playing guitar when you making music, too. But your songs are really unique. What does inspire you?
ET: Life: People. Love. Pain. Transformation. Sun. Skies. Silence. The Ocean.
İÇ: Estas, you said: “I’m not playing music or playing a guitar, I’m making yoga!”. When I am writing a poem, I feel the same way. It is so intensive that a person can “come out” from oneself. I do not want to ask clearly what I meant: What do you want to say about that?
ET: There are different ways to explain it and there would countless interpretations of what people will understand, depends on their evolutionary state of being. What plays music or writes poetry isn’t a person. “It” is what we call by Divine names. Yet people have tendency to take a credit for that and indeed, we have to somehow converse with one another and it’s easier to say: “I’ve written that or this song, this or that poem”. Though it’s not about what we say, yet what is behind the words and what we truly are connecting to. So I can say: “I’m practicing a guitar yoga, but this would be same for a yogi, who’s mind gets to connect with the silent space within himself/herself. Or a dancer, who isn’t “dancing, yet IS THE DANCE’…And we can see & feel the difference, when “it’s a show and when its authentically transmitted.
İÇ: I like what you did with Reka Fodor. Are you going to get closer to different cultures’ voices and instruments?
ET: “Mother of Souls” album is coming out this year (2016). There are 24 musicians, poets, instrumentalists, sounds of nature and voices are on it. So answering your question is YES, its ‘always “has been” though not everything could be captured. Though this album creation is intentionally produced this way: Bridging all kinds of colors and flavors together, better to say: the intension has been there and “her majesty music’ has arrived and gifted us all with her presence.
İÇ: They said the first verse came from God; so where does the first note come from?
ET: I have no idea who says that, hopefully those who wished you to believe in such nonsense will be slowly understanding that any note, any verse, anything is “that which we call by divine names”, Including those asking and answering.
İÇ: I want to point out streets, avenues; what do they whispering to you?
ET: “Sleep state mostly”, and a great potentiality that eventually everyone is capable to wake up to their full potential. Yet performing and traveling all kinds of places in this physical world I have seen lots of beauty as well as lots of ugliness…It depends through which lenses the one is looking through.
İÇ: It is a fast era, “fast waste” in everywhere. But you have people listen to your long instrumental tracks. Estas, do you believe that “other” kind of music could make the world more livable?
ET: Anything that has a true experience within it has a potentiality being ALIVE.
İÇ: Every single day we hear more qualified songs all around the world. I ask myself this question sometimes: what if we have one more note? What do you think?
ET: It’s a matter of not many notes but one which is AUTHENTIC.
İÇ: Does incense stick – on the end of your guitar – have a special meaning that we don’t know?
ET: Its a connection with an element of fire which is a source of life as well as it’s purification. Human race have forgotten a very source of it, yet in-spite of such forgotten connection it burns in each heart and at times it takes a very small flame to start a great transformation.
İÇ: I have a dream for ages: Belong to nowhere. To purify from the dominant one in a certain way and not hit the other walls. When I look at you and your music I see the same thing. Is that because of “being on the way”?
ET: We are always “on the way” even when it seems we are being stuck in the survival.
İÇ: Are we able to see you in Turkey soon?
ET: Hopefully. I love the land called Turkey and its people.
İÇ: A personal Question: Wouldn’t it be nice listening “Koyunbaba” from your rendition?
ET: I didn’t know this song until checking it on youtube, its a wonderful piece of music, though I don’t even remember that which “I’ play. As every time guitar has been touched it brings melodies a new, so how would I recognize another title? The library of Ocean which we call music has countless of drops we have been giving names to…though its rather an Ocean than a drop I’m looking into…
İÇ: Can we learn first two books come to your mind from your library?
ET: That “me” who have read a book once, isn’t the same, and this one who is answering here now, cant even read books properly, we are writing a book of life every day, and some thoughts are timeless, some belong to a pop culture, though we are constantly inspired by all kinds of sources. And quite often, those lines of a great book we couldn’t see in that moment , jumps in front of us when we “require“ this or that information. So its not a great thing to read all kinds of books and speak about a level of erudition one have, though its a matter of listening and observing all that is. Life, indeed is a one magnificent book to explore.
İÇ: What is your favorite lines of poetry?
ET: “…to see without eyes, to walk without feet and to fly without wings..”
İÇ: Pen or PC?
ET: Both, we live in a 21 century.
İÇ: Let’s think that you are not a singer, a force choice: Being a good musician or being a good poet?
ET: I don’t see a difference…
İÇ: Fill in the blanks, please: …………….. is the world’s most fabulous object.
ET: HUMAN HEART
İÇ: If I were a revolt, I would be………………
ET: MYSELF
İÇ: Lastly, what would you like to say more? Do you have a message to your Turkish fans?
ET: Every country that has a name is created by power…And this power stands for separation. “Us and them”. There are thousands of people and there would be millions, which would eventually see that this Earth has no borders and all those who live upon her, visible and invisible are interconnected on so many levels. The cultural differences could be of a great benefit yet up until now its been a great division. I’m not only a dreamer or I believe in something, yet I KNOW that ONE HAND IS STRONG BECAUSE OF THE CONNECTIVITY OF THE FINGERS AND THAT WHICH HOLDS IT TOGETHER.
Special thanks to Pınar K. for translation. - AED Söyleşi | http://www.aedinterview.com/2016/01/estas-tonne-hayat-kesfedilecek-muhtesem.html
“I was instantly mesmerized. His fingers moved at the speed of light. The strings on his instrument were vibrating so intensely you could hardly distinguish one from another. It was the most beautiful guitar playing I had ever heard in my life. I was truly stunned into silence and near tears.” - http://acapella.harmony-central.com
“Dragon of Delight is a collection of masterfully arranged tracks that takes the listener on a journey you will want to experience again and again”
- www.clickspin.com
Since I was a very small child, a word Estonia has been very present in my life. There was a story, I’ve heard from a grandfather that our ancestors came from Estonian lands. During this lifetime I’ve got to know, collect and remember some parts of the physical story visiting countless places around the world.
It might sound strange to many, though I’m aware that more and more people on this planet get to remember that this reality isn’t the only one existing in the universe and our souls are ageless, timeless travelers through time and space. - http://194.36.162.160/vaata/hallo-kosmos-estas-tonne
Discography
2021 - "Anthology Vol.I & II
2018 - "Outer" & "Inner" (Live in Ulm)
2016 - "Mother of Souls"
2013 - "Internal Flight"
2013 - "Internal Flight Live @ Gara Vasara"
2012 - "Live in Odeon"
2012 - "The Inside Movie"
2011 - "Place of the Gods"
2009 - "Bohemian Skies"
2008 - "13 Songs of Truth"
2004 - "Dragon of Delight", Vol.II
2002 - "Black and White World"
Photos
Bio
Estas Tonne’ is a charismatic being who is committed to the artistic expression and to the authentic unfolding of music. Authenticity and self-renewal makes him explore the individuality of sound and the possibilities of how the sounding source can create a space that arises creatively and that in the same time allows the listener to momentarily adapt it – for the purpose of wellbeing and for the purpose of a shift.
By traveling to countless countries and places Estas Tonne finds himself in several cultural references without identifying himself with a single nation or country, rather with the cultural richness of the world. His music is therefore a reflection of many approaches. A fusion of classical structure, technique of Flamenco, roots of Gypsy, characteristics of Latin and Electronic Soundscape – a variety of styles flowing into each other almost unnoticed and showing up as surprises in a harmonious structure of sound, reaching out differently in each performance, yet always in unique form and melody.
His music is getting shaped by emotional expression and a wide range of audible elements that not only stem from various music genres but from the access to emotions itself. They weave the sparkle of joy into the music, the tension of challenges, the velocity of excitement, the gentleness of openheartedness, the grace of divine connection and the balance of the “I” at ease.
Life in the immediate presence is therefore integrating itself technically and emotionally, acoustically and electronically, dynamically and most often silently. All these influences create a new soundtrack in each performance steadily raising the awareness for the transforming and powerful within the sound.
Two opposites are the fields from where the music is formed. It is the underlying structure of “I know“ and the additional uniqueness of improvisation with the starting point of “I don’t know“. This particular approach of creating music encompasses both, the foundation and freedom in the same time. Thus, the soundspace unfolds according to the respective situation and allows the composition, variation and musical theme to appear with variety instead of repetition in the melodic line.
The meaning of “meditative“ does not mean minimalistic or motionless in the musical happening, It rather means to create an access to the personal emotional biography, its focus and situative conditions. As different the listener’s state of mind can be, as dynamically different an Internal Flight can be experienced.
Estas Tonne’ performs at concerts, conferences, Street, Yoga, Art or other Festivals etc., yet he is involved in collaborations that range from different film projects, poetry, meditation to dance or circus art. His involvement in the film project “Time of The Sixth Sun“ shows him in the role of the traveling Troubadour who spreads a meaningful impact on society and the world while experiencing his inner transformation.
Band Members
Links