Beatrice Mason
Rio, Rio de Janeiro, Brazil | Established. Jan 01, 2005 | INDIE
Music
Press
Para o primeiro trabalho de sua carreira como cantora, a carioca encontra Edu Krieger e Rodrigo Campello
Publicado em 16/07/2009 | LUCIANA ROMAGNOLLI
Não a música, mas o Direito ocupava a rotina de Beatrice Mason antes de sua entrada tardia no mercado fonográfico, com o lançamento recente do disco Mosaico. Aos 38 anos, a estreante combate a sensação de falta de tempo “correndo atrás”. Para isso, conta com a ajuda de amigos badalados da tão comentada nova MPB.
Até seis anos atrás, os dias dessa carioca descendente de alemães e italianos passavam às voltas com processos jurídicos envolvendo o mercado de capitais, fusões e aquisições. Um estilo de vida cansativo, que ela interrompeu com uma licença e uma gravidez. O tempo livre recém-adquirido abriu a possibilidade de resgatar a paixão antiga pelas aulas de canto, iniciadas aos seis anos, em um coral regido pela mãe Heidi. A responsável, ao lado do pai, pelo ouvido da cantora ter se habituado desde pequena à música erudita, entremeada pelas vozes de Chico, Nara, Cae tano e Elis, que escapavam do rádio da empregada Alzira.
Ainda na infância, Beatrice (a última sílaba se pronuncia como o nome do revolucionário “Che” Guevara) havia soltado a voz no coro de crianças do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, on de conheceu o compositor Edu ar do Krieger e participou de montagens das óperas Carmen, La Bohème e Werther. A música – lírica, erudita – sempre esteve à espreita, quando não pelo canto, tocando em uma orquestra de flautas ou em um trio barroco do instrumento de sopro.
Novo rumo
Mas, à altura em que a advogada se encontrava ao paralisar sua carreira, as atividades de um coral já não eram suficientes para lhe satisfazer. Trocou, então, definitivamente, a legalidade das movimentações financeiras por notas e arranjos. E o canto lírico, pelo popular.
Armou seu primeiro show com a ajuda da amiga Roberta Sá, que, naquela época, também estava começando. Roberta lhe indicou o músico Cyro Telles pa ra cumprir as funções de arranjador e diretor musical de Coração Tranquilo, espetáculo que se compunha de canções de nomes consagrados da MPB, tentando driblar as escolhas óbvias do repertório dos compositores óbvios. “Sempre gostei da pesquisa e dos hits não tão hits”, diz Beatrice.
Em uma dezena de apresentações, iniciadas em agosto de 2005, no Mistura Fina, ela cantou “Raça Humana”, de Gilberto Gil, “Nego Maluco” e “A História de Lilly Braun”, de Chico e Edu, “A Medida da Paixão”, de Lenine, e ainda uns sambas de Cartola. Depois, partiu para um segundo show, Alumbramento, que duraria três ou quatro noites apenas. Suas conversas com Rodrigo Campello (produtor dos dois discos de Roberta Sá, apresentado a Beatrice por ela) avançavam para a feitura do seu primeiro CD.
Outro amigo de um amigo, o músico Marcelo Caldi, que conheceu por intermédio de Edu Krieger e se tornou integrante de sua banda, incutiu na cantora a ideia de se concentrar em um repertório de compositores contemporâneos – como, aliás, o próprio Caldi, parceiro de Krieger e Campello. Composições dos três autores, mais Ana Paula Horta, se juntaram no disco a releituras de “Foi no Mês Que Vem”, de Vitor Ramil, e “Na Beira do Rio”, de Chico Pinheiro, e de duas presenças estrangeiras, “Caramel”, de Suzanne Vega, e “Madre Tierra”, de Jorge Drexler.
“Com o tempo, fazendo a pesquisa de repertório, fui vendo que estava realmente com um material muito bom de contemporâneos amigos, conhecidos ou amigos dos amigos”, diz Beatrice. Para reunir esse material, seguiu mais uma vez o conselho de Roberta: “Ligue para os compositores e se apresente, diga que você está procurando repertório, que funciona”.
Mosaico
O disco começou independente, ganhou a parceria do selo Centro Cultural Carioca Discos depois de pronto e, por fim, a distribuição pela Universal. Foi batizado de Mosaico por mirar uma variedade de estilos musicais. “Eu queria uma sonoridade com um colorido que não fosse monótono e repetitivo”, diz. Recorreu às particularidades de instrumentos divergentes. A tuba e a gaita, o pandeiro, o piano e o acordeão encontram programações eletrônicas, responsáveis pelo toque contemporâneo do conjunto.
Não segue, porém, exatamente a mesma linha de cantoras como Roberta Sá e Mariana Aydar, e sua bem-sucedida química entre velho e novo. “Há um pessoal fazendo um trabalho muito bom de pesquisa e de mistura de sons tradicionais e contemporâneos. Talvez o que me diferencie é que eu não sou tanto do samba”.
A voz límpida de Beatrice, educada pelo canto lírico, guarda ainda reminiscências da precisão técnica daquela época. “Apesar de dar muita importância à técnica, reconheço que a interpretação e a desenvoltura no palco são pontos fundamentais para a boa apresentação do trabalho”, admite. O lado intérprete é o que ainda se mostra mais cru em Mosaico, um disco cujos pontos altos são mesmo os arranjos coloridos preparados por Rodrigo Campello. Sentimentos aparecem contidos, as intenções, suavizadas. - Gazeta do Povo
A produção e as programações de Rodrigo Campello (Marisa Monte, Caetano Veloso, Lenine) não se dispersam um minuto sequer, entre blues, jazz, referências orientais da MPB versátil de Beatrice Mason em sua estréia. Com formação erudita e jazzística, ela mostra desenvoltura no ambiente mais descolado da MPB atual. Chega a este universo entre canções de gente como Pedro Luís e Edu Krieger, com quem faz um duo cheio de charme em "Canto só" (Raphael Gemal), onde as programações confirmam a atmosfera insólita, apresentada por "Samba mínimo" (Delia Fischer), bossa lounge que abre esta ciranda intimista com muita personalidade, promovendo uma espécie de síntese entre nomes como Adriana Maciel, afeita a canções de roupagem eletrônica, e Carol Saboya, intérprete caracterizada por uma MPB mais orgânica, cada vez mais tradicional.
Esse mosaico vertido com segurança por Beatrice Mason é temperado ainda pela torrente de grandes músicos que a acompanham: Marcos Suzano, Jr. Tostoi, Jorge Helder, Gabriel Grossi, Andréa Ernest Dias, Cristina Braga, Marcelo Caldi... Entre as inéditas, destaque para as distorções de "Algum mistério" (Rodrigo Campello/Marcelo Caldi/Mauro Aguiar), com Tostoi arrebentando sua guitarra noise em contraponto com as programações. E ainda para a "Oração Blues" (Rodrigo Maranhão/Pedro Luís), cujo clima soturno é adocicado pelo baixo acústico de Jorge Helder, sincopado pelo pandeiro de Suzano, em meio às dissonâncias da gaita de Gabriel Grossi. Já com a bateria de Élcio Cáfaro, Helder leva o blues a pulsar mais à vontade em "Lily Blonde", que Edu Krieger fez em torno (e com referências diretas) da "História de Lily Brown", de Edu e Chico para a inesquecível trilha do Ballet Teatro Guaíra, nos anos 80.
Síncope e maturidade
Mais pop, propriamente, sob a síncope do samba e da MPB atual, Beatrice conduz as programações de Campello a um estado de intimismo tal que ninguém pode desvencilhá-las do jazz contemporâneo em "Canto Só", aquela balada em duo com Edu Krieger, temperada pelas vassourinhas de Cáfaro e pelos sopros de Andréa Ernest Dias e Vander Nascimento. Este acrescenta a seu flugelhorn um belo trompete para conduzir a seguinte, "Na beira do rio" (Chico Pinheiro/Paulo Neves), canção intimista, de uma delicadeza alegre e atemporal, ao melhor estilo da mencionada Carol Saboya. Há ainda três releituras: "Foi no mês que vem" (Vitor Ramil), "Caramel" (Suzanne Vega) e "Madre Tierra" (Jorge Drexler), todas complementando seu pop raro.
Revela-se instigante conferir a unidade encantadora que Campello e Beatrice conseguem verter a esse conjunto de jovens renovadores da música, eminentemente brasileira. O samba "Cortejo" (Ana Clara Horta) confirma esta maturidade. Ao piano de Marcelo Caldi, percussão de Suzano e flauta de Andréa Ernest Dias, a faixa apresenta uma intérprete dona de um ritmo e um timbre firmes. Maturidade que volta a ganhar contornos pop na marcha-samba-reggae "O tempo do querer" (Marcelo Caldi/Edu Krieger), levada em ritmo de canção por esta intérprete de uma versatilidade discreta a conferir unidade a seu sofisticado "Mosaico".
CD
"Mosaico"
Beatrice Mason
R$25,00
2009
11 Faixas
CCC DISCOS
HENRIQUE NUNES
RÉPÓRTER - Diário do Nordeste
Para o primeiro trabalho de sua carreira como cantora, a carioca encontra Edu Krieger e Rodrigo Campello
Publicado em 16/07/2009 | LUCIANA ROMAGNOLLI
Não a música, mas o Direito ocupava a rotina de Beatrice Mason antes de sua entrada tardia no mercado fonográfico, com o lançamento recente do disco Mosaico. Aos 38 anos, a estreante combate a sensação de falta de tempo “correndo atrás”. Para isso, conta com a ajuda de amigos badalados da tão comentada nova MPB.
Até seis anos atrás, os dias dessa carioca descendente de alemães e italianos passavam às voltas com processos jurídicos envolvendo o mercado de capitais, fusões e aquisições. Um estilo de vida cansativo, que ela interrompeu com uma licença e uma gravidez. O tempo livre recém-adquirido abriu a possibilidade de resgatar a paixão antiga pelas aulas de canto, iniciadas aos seis anos, em um coral regido pela mãe Heidi. A responsável, ao lado do pai, pelo ouvido da cantora ter se habituado desde pequena à música erudita, entremeada pelas vozes de Chico, Nara, Cae tano e Elis, que escapavam do rádio da empregada Alzira.
Ainda na infância, Beatrice (a última sílaba se pronuncia como o nome do revolucionário “Che” Guevara) havia soltado a voz no coro de crianças do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, on de conheceu o compositor Edu ar do Krieger e participou de montagens das óperas Carmen, La Bohème e Werther. A música – lírica, erudita – sempre esteve à espreita, quando não pelo canto, tocando em uma orquestra de flautas ou em um trio barroco do instrumento de sopro.
Novo rumo
Mas, à altura em que a advogada se encontrava ao paralisar sua carreira, as atividades de um coral já não eram suficientes para lhe satisfazer. Trocou, então, definitivamente, a legalidade das movimentações financeiras por notas e arranjos. E o canto lírico, pelo popular.
Armou seu primeiro show com a ajuda da amiga Roberta Sá, que, naquela época, também estava começando. Roberta lhe indicou o músico Cyro Telles pa ra cumprir as funções de arranjador e diretor musical de Coração Tranquilo, espetáculo que se compunha de canções de nomes consagrados da MPB, tentando driblar as escolhas óbvias do repertório dos compositores óbvios. “Sempre gostei da pesquisa e dos hits não tão hits”, diz Beatrice.
Em uma dezena de apresentações, iniciadas em agosto de 2005, no Mistura Fina, ela cantou “Raça Humana”, de Gilberto Gil, “Nego Maluco” e “A História de Lilly Braun”, de Chico e Edu, “A Medida da Paixão”, de Lenine, e ainda uns sambas de Cartola. Depois, partiu para um segundo show, Alumbramento, que duraria três ou quatro noites apenas. Suas conversas com Rodrigo Campello (produtor dos dois discos de Roberta Sá, apresentado a Beatrice por ela) avançavam para a feitura do seu primeiro CD.
Outro amigo de um amigo, o músico Marcelo Caldi, que conheceu por intermédio de Edu Krieger e se tornou integrante de sua banda, incutiu na cantora a ideia de se concentrar em um repertório de compositores contemporâneos – como, aliás, o próprio Caldi, parceiro de Krieger e Campello. Composições dos três autores, mais Ana Paula Horta, se juntaram no disco a releituras de “Foi no Mês Que Vem”, de Vitor Ramil, e “Na Beira do Rio”, de Chico Pinheiro, e de duas presenças estrangeiras, “Caramel”, de Suzanne Vega, e “Madre Tierra”, de Jorge Drexler.
“Com o tempo, fazendo a pesquisa de repertório, fui vendo que estava realmente com um material muito bom de contemporâneos amigos, conhecidos ou amigos dos amigos”, diz Beatrice. Para reunir esse material, seguiu mais uma vez o conselho de Roberta: “Ligue para os compositores e se apresente, diga que você está procurando repertório, que funciona”.
Mosaico
O disco começou independente, ganhou a parceria do selo Centro Cultural Carioca Discos depois de pronto e, por fim, a distribuição pela Universal. Foi batizado de Mosaico por mirar uma variedade de estilos musicais. “Eu queria uma sonoridade com um colorido que não fosse monótono e repetitivo”, diz. Recorreu às particularidades de instrumentos divergentes. A tuba e a gaita, o pandeiro, o piano e o acordeão encontram programações eletrônicas, responsáveis pelo toque contemporâneo do conjunto.
Não segue, porém, exatamente a mesma linha de cantoras como Roberta Sá e Mariana Aydar, e sua bem-sucedida química entre velho e novo. “Há um pessoal fazendo um trabalho muito bom de pesquisa e de mistura de sons tradicionais e contemporâneos. Talvez o que me diferencie é que eu não sou tanto do samba”.
A voz límpida de Beatrice, educada pelo canto lírico, guarda ainda reminiscências da precisão técnica daquela época. “Apesar de dar muita importância à técnica, reconheço que a interpretação e a desenvoltura no palco são pontos fundamentais para a boa apresentação do trabalho”, admite. O lado intérprete é o que ainda se mostra mais cru em Mosaico, um disco cujos pontos altos são mesmo os arranjos coloridos preparados por Rodrigo Campello. Sentimentos aparecem contidos, as intenções, suavizadas. - Gazeta do Povo
MPB orientada pelo pop
Beatrice Mason relê ‘Caramel’, de Suzanne Vega
Ricardo Schott
Criada na música erudita e dona de uma bela voz, a carioca Beatrice Mason deixou seu lado clássico de fora do álbum de estreia, Mosaico, que, diferentemente do que seu nome deixa transparecer, mostra unidade e traz MPB orientada pelo filtro pop. É o que se ouve logo a partir da primeira faixa, um curioso Samba mínimo (de Délia Fischer) sem a menor aparência de samba, traçado por discretas programações e por riffs orientais e meditativos, além da harpa de Cristina Braga. Em seguida, a latinidade da bela Foi no mês que vem, de Vitor Ramil – com Marcelo Caldi no acordeon – e da releitura de Caramel, da folksinger americana Suzanne Vega, marcado pela percussão de Marcos Suzano.
Banda com personalidade
A preocupação em entregar no CD um pop repleto de detalhes de gravação continua numa das melhores músicas, a balada Algum mistério – composta por Marcelo Caldi, Mauro Aguiar e pelo produtor do disco, Rodrigo Campello, presentes em praticamente todo o CD. E que, ao lado de nomes como Suzano (percussão) e Junior Tostoi (guitarra), conferem grande personalidade às músicas. Em Oração blues, de Rodrigo Maranhão e Pedro Luís, Tostoi assina até a pós-produção de uma gaita tocada por Gabriel Grossi, que surge nas caixas acústicas coberta de efeitos.
O clima jazz-MPB que aparece em algumas interpretações de Beatrice e da banda (destaque para o sensível baixo acústico de Jorge Helder) ganha mais força em canções como Lilly Blonde (de Edu Krieger), referência à A história de Lily Braun, de Chico Buarque. Ou na tranquila Na beira do Rio, de Chico Pinheiro e Paulo Neves, com sopros destacando as flautas em sol de Andrea Ernest Dias. Ao final, um lado mais bossanovista em O tempo do querer (Marcelo Caldi e Edu Krieger) e a terceira releitura do disco, Madre Tierra, pop-folk com a assinatura de Jorge Drexler, em bela versão.
Terça-feira, 14 de Julho de 2009 - 00:00 - Jornal do Brasil
Discography
Discography:
Mosaico (2009) Universal Music
Caramel, the remixes (2012) Lilly Blonde
Samba mnimo, remix (2012) Lilly Blonde
Brazilian Lounge (2013) Putumayo - track: Canto so
Nova Lapa Jazz (2013) Acclaim Malaysia
Brazilian Summer (2013) Arc UK - track: Foi no mes que vem
12 Seconds (2014) Lilly Blonde
12 Seconds (2015) GJTunes
Photos
Bio
About me: I have a lifelong history with music. I studied music, piano, recorder and singing since I was six. My initial background was classical, but little by little Brazilian music, rock'n'roll and jazz took over.
In 2005, I stepped on stage for the first time at Mistura Fina, a traditional venue in Rio de Janeiro, presenting "Coração Tranquilo". Other shows followed, and consequently an experimentation of repertoire, sounds, styles and rhythms.
For my first album, Mosaico, I decided to focus on contemporary composers. The album is full of original songs by new Brazilian composers and some covers, which also fit the concept of modern and contemporary music. The arrangements, sound and instrumentation conceived by producer Rodrigo Campello are elegant, unique, rich and pop.
Mosaico received excellent reviews all over Brazil, such as: "There is plenty of good taste in the careful choices of this lady, who made a debut album both classical and modern." (O Globo, Rio de Janeiro). Or: "The bold choices of Beatrice led her to record one of the best albums of the year." (Diario Catarinense, Santa Catarina).
In the US, the release of the single "Caramel" hit top charts on CMJ and Smoothjazz, among others.
While recording my second album I continued performing in my hometown Rio de Janeiro, as well as other cities in Brazil and in Europe (in Cannes at Midem 2012, Sweden, Germany, Ireland and extensive tour in England). I also produced 2 singles with artful videoclips for the songs "When love breaks down" and "No voy a ser yo" and made my debut in North America in 2014, performing at the Canadian Music Week, and in the US.
12 Seconds, my second album, was released in Brazil by Lilly Blonde (label) and in the US and Canada by GJTunes.
12 Seconds is quite a shift from the concept of my first album. Now, in turn, I focused on some covers, an atmosphere reminding the 80's, a preponderance of foreign languages (given that my mother tongue is Portuguese) and a couple of lyrics/songs written by me.
I have also staged a tribute to British singer/songwriter Nick Drake, accompanied by guitarists Pedro Braga and João Arruda, which caught the eyes and ears of Pedro So, editor of Billboard Brazil, who wrote a fine article on me and my projects. The Nick Drake project has been staged numerous times and will be recorded by the end of 2015.
Band Members
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